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Vida: doação ou investimento?


Muito tem se falado sobre a vida, a vida que é minha e que ninguém tem que se meter, a vida que é do outro e qualquer que seja a escolha dele devo aceitar e me calar, a vida das tartarugas e bois que é preservada, a dos bebês que no ventre de suas mães pode ser tirada.


Mas afinal de contas, o que é a vida? Qual a nossa relação com ela? Será que o que eu faço da minha vida, o que não posso fazer nas vaquejadas e o que fazem com os bebês é tudo a mesma coisa?


A vida não é questão de fé, ela é um valor absoluto em si mesma e naturalmente todas as coisas são ordenadas para seu favorecimento e defesa, são milênios de história de uma vivência natural de defesa da vida e que agora, entorpecidos por ideologias doentes, há quem queira inverter a ordem natural dos fatos. O bom de se colocar ao lado da Verdade, é que, mais cedo ou mais tarde, independente do quanto de ataque ela sofra, acabará resplandecendo.


Sobre a vida que é minha e sobre a vida que é do outro e que qualquer opinião contrária é taxada como intolerância ou discurso de ódio, este argumento não deveria incomodar os seguidores de Cristo, que teve uma vida totalmente associada à das pessoas que passavam por seu caminho e em nenhum momento agiu com indiferença, quem diante dos fatos lavou as mãos foi Pilatos, não foi Jesus. "Ah, mas Jesus era diferente, ele não julgava ninguém, ele acolhia a todos etc...", é verdade! Só que depois do momento inicial da acolhida, Jesus indicava o caminho a ser seguido. Para a prostituta que ele disse "Nem eu te condeno" em seguida falou "Vai e, de agora em diante, não peques mais" (Jo 8,11), ou seja, mude seu jeito de agir, não vim te acolher e trazer a salvação pra você permanecer no erro, mas para te indicar um caminho certo. Não a toa, logo após esta narrativa no evangelho segundo São João, temos Jesus dizendo: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). Epa! Quem segue Jesus muda a maneira de caminhar, não deve permanecer da mesma forma de antes do encontro com ele. E qual a luz que Jesus veio dar? A "luz da vida"! Eu acolher tudo o que o outro faz, mesmo tendo consciência de não ser a melhor opção para ele, não é tolerância, é conivência, é fechar os olhos e esperar ele descobrir sozinho que estava errado. Já imaginou se Jesus agisse assim com você? "Ah, mas Jesus era diferente..." de novo essa conversinha, é diferente porque ele era coerente com o amor que anunciava, mas por acaso, você sendo cristão não deveria se comportar como um outro Cristo nas suas realidades cotidianas?


A doença de alguns hoje chega ao ponto de um ovo de tartaruga ser mais digno de zelo do que um bebê na barriga de sua mãe. O ovo de tartaruga não tem sistema nervoso central, não sente dor, não é racional... Eu entendo quem defende os ovos de tartaruga e a liberação do aborto, uma tartaruga marinha você nunca terá em casa, não é mesmo? Você pode levantar a bandeira à vontade e nada de imediato muda na sua vida boa. Agora, bebês nascerem, seja da sua barriga ou de pessoas, desinstala, muda a maneira de pensar, faz ter que agir de uma nova maneira e isso ninguém apegado às próprias convicções egoístas, mesquinhas e comodistas, quer, não é mesmo?


E o que o título desse texto tema ver com tudo isso? É que em todos esses casos a própria vida não é compreendida como doação de si, todos querem receber, ninguém quer se doar. Pensam na vida como investimento, não como doação: "se eu falar, não vão me ouvir", já que não vai dar em nada, nem falo. Ou então, "se eu falar vão me achar inconveniente e vou sair perdendo", se vou perder, por que falar? Crianças que nascem fazem a sociedade sair perdendo. Perde dinheiro, perde o que já está conquistado, já que a vida se renova e sempre tem traz consigo desafios e incertezas, perde o "direito" de escolher, já que a vida tem um curso natural próprio que não se submete às vontades de cada um. Há quem possa afirmar: "Eu sou a favor da mulher poder escolher se quer ter o filho ou não, não é que eu seja a favor do aborto", beleza, mas não é matando criança que se evita nascimento e gravidez não é doença para o aborto ser tratado como caso de saúde pública. Será que o querer dar poder de decisão para as mulheres nesse caso que hoje não é o seu, já não é você preparando o caminho para quando chegar a hora de eliminar o que te desinstala e desafia, você poder fazê-lo com tranquilidade, sem que outros possam interferir, ainda que seja eliminar alguém? Hoje você luta para a mulher poder matar o filho, amanhã talvez esteja reclamando o "direito" de poder matar seus pais idosos, que assim como as crianças, não são rentáveis, desinstalam e desafiam?


Será que a lógica da Vida não é o que foi alcançado em plenitude por Cristo? A doação! A maior prova de amor é "dar a vida" pelos irmãos (Jo 15, 13), não é tirar a vida, não é deixar que outros tirem a vida de terceiros.


Para todos aqueles que tem feito da vida um investimento e não uma doação eu só queria lembrar um recado que Jesus deixou: "Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna? (cf Mc 8, 36). Ou na nossa vida hoje nos colocamos na dinâmica da doação e defesa da vida, ou corremos sério risco de perder o maior dos bens: a vida eterna.



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