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Como organizar um retiro espiritual em 5 passos




Há cerca de 10 anos Deus tem me dado a graça de servi-Lo organizando retiros, em sua maioria para adolescentes e jovens. Todos esses anos de apostolado me dão uma experiência, que torna possível que eu ajude dando dicas para aqueles que estão começando agora. Este texto é para, com simplicidade e agilidade, partilhar um pouco do que considero passos importantes na organização de um retiro. Em breve escreverei mais aprofundando isto e também sobre outros aspectos. Espero que seja útil para você!


1. Oração Se o retiro é espiritual, pressuponho que tenha como objetivo tentar levar as pessoas à presença de Deus. Mas eu só posso levar alguém a um lugar para o qual eu conheço o caminho.


É pela oração que seremos dóceis para preparar tudo da melhor forma possível.


Faça práticas espirituais: oração do terço, jejuns ou abstinências, intercessões em grupo, participe mais vezes e melhor da Santa Missa e, sobretudo, esteja muitas vezes em adoração ao Santíssimo Sacramento! A adoração é o lugar em que você mais tem liberdade para conversar com Deus vivo e presente de maneira real diante dos seus olhos (mesmo que o Santíssimo não esteja exposto). Não há meio melhor de preparar um retiro do que tendo Jesus Cristo, em pessoa, presente e orientando sobre cada decisão a tomar e direção a seguir.


2. Análise da realidade Qual é o público do retiro? Adolescentes, jovens, adultos, casais, pessoas sem prática religiosa, pessoas engajadas?


Quem ajudará na organização? Músicos, pregadores, intercessores, equipe de cozinha, monitores de atividades esportivas?


Qual a necessidade espiritual do público que o retiro vai tentar suprir?


3. Verificar infraestrutura possível e necessidades materiais Onde acontecerá? Igreja, sítio, casa de retiros? O que tem no local corresponde às suas necessidades de espaço e infraestrutura? Quartos, banheiros, cozinha (e utensílios), salão (qual capacidade máxima), som.


Tem área externa ou ambientes alternativos?


4. Faça um cronograma Antes de começar a fazer o cronograma procure ter bem claro, de preferência por escrito, qual o objetivo do retiro e qual seu público.

Agora que você já se sabe quem (público), onde (local) e porquê (objetivo) é hora de ver como dar cara para o retiro.

Não pense o retiro como momentos, pense o retiro num todo que deve alcançar determinado fim. Faça de cada momento um passo na direção da meta e não necessariamente uma chegada em algum lugar. Os temas das pregações tem que ser um itinerário espiritual pra levar a pessoa pra onde Deus a quer ao final do retiro. Dinâmicas, deserto, partilha, teatros, brincadeira etc tem que estar a serviço do todo pra promover reflexão, entrosamento, comprometimento, descontração sem dispersão etc. Tem atividades que isoladamente parecem sem sentido, mas quando se olha para o conjunto, pode-se perceber sua importância na composição da experiência espiritual da pessoa num todo.


Dicas: -Tempo de pregação/palestra/colocação: de 30 a 60 minutos. Menos que 30minutos é difícil desenvolver e aprofundar uma linha de pensamento. Mais do que 60 minutos as pessoas sentirão muita dificuldade em manter a concentração. -Tempo de banho: leve em conta a proporção pessoas X chuveiros e se a maioria é homem ou mulher. -Tempo das refeições: veja como cada refeição será servida, se terá muita fila até a pessoa se servir, se é alimento que exige comer à mesa... Particularidades: não dê muito tempo para o café da manhã. Em geral as pessoas comem rápido de manhã e se ficarem ociosas, podem querer voltar para os quartos, sentar/deitar um pouco para esperar, depois até chamar todo mundo de novo, pode atrasar o início das atividades ou deixar as pessoas meio "dormindo em pé". Parar refeição de fim de tarde/jantar seja mais generoso no tempo disponibilizado, a essa altura as pessoas já estarão mais cansadas de manter a atenção numa coisa só, em assimilar conteúdo, também já estarão mais integrados entre si, tendo mais assuntos pra conversar. -Já preveja possíveis atrasos em atividades que envolvam deslocamentos, divisão de equipes ou explicação de regras.

-Tenha um "plano b" para atividades externas ou que dependam de fatores alheios ao seu controle.


5. Não perca sua paz

Com certeza alguma coisa vai fugir do seu controle!

Alguns dos seus colaboradores deixarão de fazer algo conforme o combinado. No dia, o ônibus vai atrasar, o filho de alguém que ajudaria com destaque vai ficar doente, algum chuveiro vai dar problema, alguém vai passar mal e vão esquecer de comprar algo considerado importante.


Mantenha no seu coração e transpareça em suas atitudes a certeza de que "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus" (cf. Rm 8, 28), faça seu melhor dentro daquilo que é possível a cada momento. Mais vale algo menos programado, mas em paz entre todos, do que algo exatamente como o programado e que pelos imprevistos se tornou inviável, mas que mesmo assim é tido como indispensável e para realizá-lo os relacionamentos são estremecidos, mal entendidos acontecem e a paz desaparece dando lugar à murmuração e à divisão. Na maioria das vezes, em retiro, o menos é mais e perder em um determinado momento para ganhar no todo é uma regra infalível.


No final, tudo sempre dá certo se o controle é mantido nas mãos de Deus, dê liberdade para que o Espírito conduza as coisas. Quando a terra era um caos, o Espírito trouxe todas as coisas à existência. Deixe que o Espírito organize e conduza todas as coisas, confie, se Ele está à frente o resultado será melhor do que o esperado por cada um de nós.


É muito importante que atitude interior de cada um que está à frente transborde em atitudes concretas. Atitude interior de confiança absoluta em Deus, de saber que o retiro é dele, não nosso. Se é dele, então ele é o maior interessado em fazer da certo, então não há motivo pra preocupação. A vitória é certa.

Essa atitude interior de confiança absoluta em Deus tem que transbordar no concreto: porque eu sei que é de Deus e vai dar certo no que depender dele, tenho que reconhecer que o jeito de Deus atuar é por intermédio humano, então eu tenho que correr atrás e dar meu máximo para não atrapalhar a ação de Deus. É mais do que fazer por Deus, que não precisa de mim, é fazer com Deus que quer contar com meu envolvimento, não porque ele precisa, mas porque me quer junto ajudando, porque é bom para mim me doar e estar próximo a ele. Se você tem experiência em organizar retiros, comenta aí e deixa sua dica ou partilha.


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