Eucaristia - Sacramento de Comunhão
"(...) a eficácia do sacramento eucarístico é a unidade dos fiéis na comunhão eclesial." (SCa 15)
Com essa afirmação, o Papa Bento XVI quis destacar a dimensão comunitária necessária para uma autêntica vida eucarística. Não se pode cair no erro de achar que viver a eucaristia se limita a uma boa participação na celebração litúrgica.
Da boca de Cristo, sai uma exortação que rompe a lógica do culto (sacrifício ritual): "quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda" (Mt 5, 23-24). Jesus mostra que o culto desejável, perfeito, é aquele que é realizado a partir da comunhão entre os membros do seu Corpo Místico.
Se, por um lado, a comunhão entre os membros é necessária para uma boa celebração eucarística; por outro, a eucaristia deve ser o elo entre os membros do Corpo Místico de Cristo, é a cabeça que faz com que todo o Corpo trabalhe e viva harmonicamente. No famoso discurso sobre o Pão da Vida, narrado no evangelho de João, Jesus diz "Quem se alimenta com minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e eu nele" (Jo 6,56). Desse modo, se a comunidade come e bebe do Corpo e Sangue de Cristo deve permanecer não só em Cristo, mas em comunhão com todos Seus membros.
A comunhão gerada a partir da Eucaristia deveria ser percebida em toda comunidade católica, das menores às maiores coisas. E aqui vale a pena refletir se nas comunidades onde a Santa Missa é celebrada, de fato, a comunhão tem sido uma realidade. Em muitas comunidades, a celebração litúrgica da eucaristia é impecável no que diz respeito às normas, mas a vivência paroquial pastoral não condiz com este sacramento. Pastorais autônomas, rivalidades, incompreensões, infelizmente são realidades não muito distantes.
O desafio para toda a comunidade cristã hoje é viver a exemplo das primeiras comunidades, perseverando unidos na fração do pão e nos ensinamentos dos apóstolos, tendo um só coração e uma só alma (cf. At 2,42; 4,32). E isso tudo só será possível se uma espiritualidade eucarística, que gera a comunhão entre todos, for incorporada no cotidiano da vivência dos fiéis.