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Para além do próprio umbigo


Estava aqui pensando em quanto o tempo da juventude tem tudo a ver com a experiência missionária.


Os jovens gostam de conhecer pessoas novas, de se aventurar no desconhecido, de desafios, de novidades, de trabalhar por um ideal... Não é à toa que faz parte da vida do jovem o sair para conhecer gente nova, as viagens e acampamentos, os intercâmbios culturais, o voluntariado.


Com certeza, o missionário está entre o tipo de pessoa que mais conhece gente nova, afinal cada missão é um novo grupo de pessoas que passam a fazer parte da sua história. Cada missão é uma aventura, por mais que se pesquise ou conheça sobre a realidade do lugar e do povo, na hora em que se pisa na terra de missão, sempre há surpresas, acompanhadas por desafios que precisam ser superados, por coisas diferentes da sua realidade de origem. E, finalmente, a missão é a oportunidade de trabalhar em favor da Causa das causas: o anúncio e a edificação do Reino de Deus, a salvação da própria vida e da do próximo.


Fiquei me perguntando: se esses anseios do coração do jovem podem ser saciados na vivência missionária, por que é que tão poucos jovens se dispõem a vivê-la?


A única resposta a que eu cheguei é que muitos jovens estão preocupados em olhar para seus próprios umbigos, são egoístas, individualistas, querem viver as coisas segundo os prazeres e facilidades que decorrem de suas escolhas. Atitude totalmente contrária ao ensinamento de Jesus, que pelo exemplo nos mostrou que devemos sair de nossas comodidades para ir ao encontro do próximo. Ou vai dizer que Encarnar-se e viver em nosso meio não foi isso?


O Papa Francisco tem sido taxativo em dizer que devemos promover uma cultura do encontro, que a Igreja não deve ser autorreferencial, que prefere uma "Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças".


Será que isso é recado só para os bispos e os padres, ou será que a Igreja somos todos nós? Não será o tempo de mudar a postura e passar a olhar em volta? De ir ao encontro das pessoas e realidades distantes da sua? De buscar em primeiro lugar a edificação do Reino, e não as próprias vontades?


A mesma abertura que damos para o próximo em nossas vidas é a abertura pela qual Deus nos envia suas bênçãos. Quando nós tivermos a coragem de sair de nós mesmos para ir ao encontro do próximo, teremos muito mais do que fotos, vídeos e histórias para contar de nossas viagens, férias, feriados e aventuras, teremos e seremos testemunhas do poder de Deus, de seu amor e de sua misericórdia.


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