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O drama do melão


Era uma vez, num supermercado, uma banca de melão que ficava ao lado da banca de melancias. Dizem que são frutas parecidas, por isso da proximidade.

Certo dia, houve reposição das frutas na banca, umas estavam inteiras, outras já partidas ao meio para facilitar o consumo. Isso foi o suficiente para um melão começar a entrar em crise.

Pobre melãozinho! Ele percebeu que as pessoas que passavam pelo setor de hortifruti nunca falavam sobre a beleza dos melões, nem sobre sua suculência, ao passo que, repetidas vezes ao longo do dia, ele ouvia pessoas que passavam e elogiavam as melancias de cascas verdes vivo, de polpa vermelha vibrante e com sementes pretas que davam o toque final. A melancia chamava a atenção por sua aparência e não deixava a desejar em seu sabor.

O melão incomodado começou a olhar a sua volta e num lampejo de sobriedade percebeu que de fato havia muita diferença entre melões e melancias, apesar de serem frutas parecidas. Ele olhava ao seu redor e via melões de cascas amareladas, interior pálido, sem cores vibrantes.

O melão começou então a pensar em um modo de mudar essa situação. Como sempre há alguém disponível para colaborar com os sonhos de um melão deprimido, dessa vez não foi diferente e logo o auxílio apareceu.

Um garotinho francês, que agora morava no Brasil, passeava curioso entre as bancas de frutas. Qual não foi a surpresa do melão deprimido quando Jean (seria Joãozinho se fosse brasileiro) começou a responder às inquietações que perturbavam incessantemente seus pensamentos melânicos.

Jean vinha do primeiro mundo, do país da razão, das pessoas cultas, ele não era um retrógrado repetidor de doutrinas ultrapassadas. Conforme ouvia a ideia de Jean, o melãozinho deprimido aos poucos foi se convencendo de que, de fato, no Brasil, as coisas não eram fáceis para os melões, mas que, finalmente, um europeu o tinha vindo salvar das trevas de seu abismo existencial. O melão consentiu e Jean começou a colocar seu plano em prática.

Para que tudo saísse segundo o esperado, Jean precisou fazer uma certa birra para convencer seus pais a comprarem tudo o que ele queria (quem é que não cede diante de uma histeriazinha num mundo em que histéricos tem sempre razão?). E, assim, além do melãozinho, Jean também conseguiu que seus pais comprassem um pedaço de melancia e umas coisinhas mais.

No dia seguinte, perto da hora de ir para a escola, Jean se mostrava muito otimista e empenhado. Foi até a cozinha para os ajustes finais de seu plano maravilhoso! Finalmente o melãozinho que tantas vezes havia sido oprimido pela situação social em que se encontrava no supermercado teria sua vida transformada e a justiça seria feita. E o melãozinho não mais teria que diariamente ouvir inúmeros elogios às melancias, enquanto ele, amarelado e pálido, ficava lá à espera de alguém que o olhasse e o valorizasse.

Jean estava dedicado em fazer dar tudo certo. Com muito respeito, pediu licença ao melãozinho e começou a fazer praticamente uma cirurgia nele. Manipulava tudo com muito cuidado e atenção, nada podia dar errado. Corante vermelho na seringa que aos poucos transformava o melãozinho pálido em uma fruta vermelha vibrante. A parte da casca foi mais fácil pintar e deixar verde.

Quando viram o resultado, os dois comemoraram muito! Houve até tempo para tirar aquela foto básica para postar no Instagram, daí foi só aplicar uns filtros e efeitos que ninguém ousaria dizer que aquilo era um melão, e não uma melancia suculenta.

O tempo passou rápido. A expectativa era grande e logo chegou a hora do lanche na escola. As crianças estavam todas sentadas no pátio, num grande banco em frente a uma grande mesa. Quando Jean, orgulhoso por sua obra maravilhosa, abriu a lancheira, Francisco, que estava sentado ao seu lado porque era o coleguinha que melhor acolhia ao estrangeiro nesse período de adaptação, manifestou surpresa. Foi o suficiente para que Jean e o melãozinho se sentissem triunfantes! Finalmente não havia melancias por perto para comparações opressoras! Finalmente o melãozinho tinha cores vivas! Foi então que Francisco gritou chamando a professora: "Tiaaaa, corre aqui, vem ver! O melão do Jean tá estragado!".

Então né? Vamos aprender com o Francisco: a coisa é o que é em sua essência, segundo a natureza para a qual foi criada, ainda que os acidentes possam mudar.

Ideologia de gênero é essa insanidade de achar que corante vermelho torna melão melancia, quando na realidade faz o melão, que continua sendo melão, parecer estragado.

PS: em nenhum momento no texto foi feita qualquer menção à homossexualidade. Ideologia de gênero e militância gay só têm em comum o fato de serem meios atuais para a destruição da família e de seus valores.

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