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Missiômetro, existe isso?


Já começo respondendo: não existe! Mas há gente que vive tentando inventá-lo, como se o ser missionário dependesse da quilometragem rodada a cada missão.


Sim, Jesus nos enviou a todas as nações. É preciso rodar o mundo anunciando a Boa Nova, mas onde nós estamos também é parte das nações às quais Jesus nos enviou. Então, não adianta querer pensar que um é mais missionário do que o outro porque tem mais quilometragem registrada em seu "histórico missionário".


A gente tem que ter clareza, no nosso coração, na nossa mente e nas nossas atitudes, de que nós somos missionários e não ficamos missionários de acordo com o lugar para onde vamos.


Desde a Conferência de Aparecida (2007), tanto temos ouvido na América Latina sobre a "Igreja em estado permanente de missão"¹, algo que agora foi confirmado e colocado pelo Papa Francisco (por meio da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium) como uma postura para a Igreja no mundo todo. Nossos bispos do Brasil, também, repetidas vezes têm falado que o melhor apóstolo entre os jovens é o próprio jovem que já teve um encontro pessoal com Jesus².


Ser missionário é algo que faz parte da natureza de todo batizado³, que cada um tem a liberdade para viver ou não. Mas, se faz parte da nossa natureza, deixar de viver essa realidade nos faz menos realizados. Não estou dizendo que todos têm que deixar seus afazeres para se dedicar à missão Ad gentes. Na verdade, estou falando sobre todo mundo ser missionário. O sair em missão não é necessariamente geográfico, mas é um sair da própria zona de conforto, da indiferença que se tem diante de tantos que são infelizes por não terem recebido o anúncio da Boa Notícia.


Na sua sala de aula, no seu condomínio, no shopping que você frequenta, no time que você joga, há pessoas que precisam conhecer Jesus, saberem que são amadas por Ele. E, embora sejam pessoas que sempre estão com você, é preciso q você saia (deixe de lado o comodismo e a vergonha) e vá ao encontro delas, anuncie o Evangelho, por meio de suas atitudes e também de suas palavras. E isso é algo para agora, não pode esperar amanhã para ver se outra pessoa que "sabe" mais do que você vai pregar para quem Deus confiou que você seja Seu porta voz.


Demorou, galera, é pra ontem já! Chega de medo, chega de desculpas, chega de ser meia-boca. É hora de ser ousado, coerente, corajoso, é hora de você ser apóstolo entre os jovens!



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1- Documento Conclusivo da V Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe, 551.

2- Documento 85 da CNBB "Evangelização e Juventude", 176.

3- Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, 14.

4- Carta Encíclica Redemporis missio, 33.



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